O Amanhã Importa Mais!

O que seria mais importante: o que possuo ou o que ainda irei possuir? O que possuo vale e é mais importante, deve-se dar a atenção necessária e precisa para fornecer a manutenção e vida útil maior, evitando ser mais um iludido do “dar valor depois que perdeu”, nada mais do que um gatilho mental agindo: o da escassez.

Infelizmente ficou normal algo muito anormal, conversar sem olhar nos olhos e sim no telefone e ainda ouvir “pode falar estou te ouvindo”, e assim vai se alimentando, dirigindo, trabalhando, tomando banho, se exercitando, e parece que a ferramenta agora até faz parte do corpo, pois se acontecer de esquecer em algum lugar, o dia acaba.

Não podemos negar que a tecnologia está acelerando nossas vidas de uma forma brutal e sem respeito, pois ela não sente, não sabe que temos que ter tempo para mudar, nos adaptar, assimilar, de pensar, de viver, de ficar offline e não ser repreendido. Agora ela não sabe não é porque não quer, mas pelo simples fato de termos criado dessa maneira, irá perceber que faltou nesta criação empatia e muita.

Pense bem ela é ótima: otimiza as tarefas, diminui o esforço, nos avisa de algo fora do normal, enfim, libera mais tempo, mas daí me questiono: Será que libera mais tempo? Na prática não, pois quanto mais conhecemos, mais achamos que devemos conhecer e praticar mais, percebe-se então que se não se atentar ficará a vida toda contando e buscando os gomos de uma corrente circular achando que está fazendo o correto.

Equilíbrio é a palavra chave para se aplicar, entendendo que o que mata ou salva é a dose e não o veneno, ser auxiliado é excelente desde que não se torne um fardo ou uma falsa sensação de liberdade, igual a um peixe dentro de um aquário, dentro do mar, ele acha que está livre, mas na realidade está muito distante.

Não justifica construir muros altos e fortificados, pois desejo saber: está se protegendo, se privando ou se aprisionando? Devemos construir e pavimentar mais estradas que liguem a nós mesmos e aos outros, vias essas de mão dupla.

Desde sempre buscamos independência e liberdade, mas temos que lembrar que essas buscas trazem consigo muita responsabilidade e trabalho, pense bem independência e liberdade de quê mesmo? Aceitar que sempre estaremos ligados e dependentes uns dos outros, torna a vida mais leve, pois até para fazer um de nós é necessário dois.

Os frutos do amanhã, dependem do trabalho árduo de hoje, não critico quem busca o amanhã e sim quem vive nele. Pois pelo nosso poder de influência podemos levar vários para lá e fazê-los inertes ao hoje, um bando mortos-vivos, mortos hoje e vivos amanhã, pense quantos estão assim. Daí a escalada de ansiedades, transtornos psicossomáticos, depressões, e colocando a salvação no amanhã, nunca chegará pois estará sempre no amanhã.

Os ciclos universais da mudança são os mesmos desde a criação do mundo, passaram por várias eras, tempos, reinados, e eles ainda continuam os mesmos, no seu tempo, sabendo que é necessário sempre fazer, cuidar e esperar, agora pense quem somos para alterar isto? Nosso poder é pequeno, mas o pouco que desenvolvemos ou nos aprimoramos foi visto como algo de um super humano, daí se vê alguns brincando de deuses, esta conta é e será cara.

Aceitação de nossa fragilidade e pequenez nos ajuda a ter a mente presente e tendo isto nada mais faltará.

Bons negócios, de vida aliás!

Obermayer Júnio